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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Dia de tristeza

Emmanuel Pinheiro/EM/D.APress

Em futebol ninguém é campeão na véspera, já dizia o grande filósofo do ludopédio Nenê Beiçola. Mas parece que tem gente que acha que já ganhou antes de entrar em campo. O que eu vi nesta última semana em Belo Horizonte foi um bando de gente cantando vitória antes da hora. Os torcedores do Cruzeiro fomos arrogantes, achando que o time já era campeão da Libertadores. Deu no que deu. Até falei sobre isso com alguns amigos: quem entra com confiança demais, perde! Os jogadores disseram que estavam concentrados, que não foram contaminados pelo sentimento da torcida, mas o que vimos em campo foi uma equipe displicente; e até nervosa quando se deu conta da dificuldade do jogo. E o Estudiantes fez sua parte, jogou certo, catimbou, teve calma quando tomou o gol, tocou a bola, em suma, jogou como se estivesse em casa.

Relembrei alguns reveses de favoritos que cairam diante de equipes supostamente mais fracas. A lição mais recente foi a do Fluminense, que perdeu o título em casa ano passado. O filme se repetiu esse ano com o Cruzeiro. A história mais emblemática de comemoração de título antes da hora, talvez seja a do Brasil de 1950. Precisava de um empate para ser campeão e perdeu para o Uruguai. Dizem que houve até uma festa de comemoração na noite anterior. O Cruzeiro já esteve do outro lado, na final da Copa do Brasil de 1996 contra o Palmeiras. O jogo no Mineirão terminou empatado e teve torcedor palmeirense dizendo que era só ganhar a Libertadores para jogar o Mundial em Tóquio. Pois no Parque Antártica, o Cruzeiro ganhou o jogo por causa do salto alto dos jogadores do Palmeiras, que era um timaço: Djalminha, Rivaldo, Luizão, Junior, Cafu, comandados por Wanderley Luxemburgo. O Atlético também já passou por isso. Na Conmebol de 1995, o time ganhou em casa do Rosário Central pelo placar de quatro a zero, e perdeu na Argentina pelo mesmo placar. O Rosário foi campeão.

Ontem fiquei com muita raiva da displicência dos jogadores e a leniência da torcida. Como pode um estádio cheio calar-se porque o time joga mal. Depois, quando os atleticanos dizem que a torcida do Cruzeiro é fraca, parada, pouco apaixonada, tem gente que briga por causa disso. Mas é verdade! Torcida não ganha jogo, eu sei. Mas ajuda a acordar um time sonolento como foi o Cruzeiro ontem. E os argentinos souberam tirar proveito disso.

Acho que o time do Cruzeiro precisa ser reformulado para a próxima temporada: o Adilson e alguns jogadores devem sair. Depois do fim do brasileiro obviamente. Dos que jogaram ontem, poucos jogadores devem ficar: Fábio, Leonardo Silva, Marquinhos Paraná e Kleber. Os outros, inclusive o Vagner, devem ser negociados e liberados. Especialmente o Gerson Magrão, o Henrique, o Jonathan e o Wellington Paulista.

Estou triste. Não sou fanático por futebol, mas acompanhei esse momento do Cruzeiro com dor no coração. Senti esse clima ruim deste a partida anterior, uma sensação de que algo ia dar errado. E deu! Não tem nada de misticismo aqui. Apenas senti uma euforia da parte dos cruzeirenses, que em futebol pode ser perigosa.

Por fim, alguém tinha que estar alegre com essa situação. Os atleticanos comemoraram como se a vitória fosse do Atlético. Mais do que as últimas conquistas do clube: o mineiro e a série B de 1997. Faz parte do futebol: eu faria o mesmo se a situação fosse inversa. Agora é engolir esse sapo do tamanho de um dinossauro.

Para quem quer saber mais sobre futebol um link interessante: http://futpedia.globo.com/

Um comentário:

Paulo de Castro disse...

Ronaldo, eu concordo com tudo que você falou, menos com a saída do Adilson. Eu sei, sou atleticano, e como atleticano, tenho que desejar o pior para o cruzeiro, porém, na minha humilde opinião, o Adilson é hoje o melhor técnico do país. Todo mundo diz que ele não faz as substituições corretas. Eu acho diferente. Ele que ele escala o time perfeito para aquela partida e quando precisa substituir, obviamente, o time cai de produtividade. Ele faz o contrário do que fazem todos os demais técnicos do mundo, que colocam o "cara certo" aos 28 do segundo tempo. Ele conhece bem as peças que tem, e melhor, sabe quando usá-las....